A escolha entre gramado natural ou sintético para campos de futebol tem sido um assunto bastante discutido nos últimos anos. Enquanto alguns defendem os benefícios do gramado sintético, outros acreditam que o natural é a melhor opção. No entanto, um estudo recente realizado pela UEFA (Union of European Football Associations) trouxe à tona uma questão importante: o aumento do número de lesões ligamentares em campos sintéticos.
A Dra. Ana Carolina Cortes, médica do Corinthians e especialista em medicina esportiva, foi uma das vozes que se levantaram para alertar sobre os riscos do uso de gramados sintéticos. Em uma entrevista para o site CNN Brasil, ela citou o estudo da UEFA que aponta que os jogadores que atuam em campos sintéticos têm três vezes mais chances de sofrer lesões ligamentares em comparação com os que jogam em gramados naturais.
Para a Dra. Ana Carolina, esse aumento no número de lesões está relacionado diretamente com as características do gramado sintético. “O gramado sintético é mais duro e tem menos absorção de impacto do que o natural. Além disso, ele também oferece menos tração e isso pode afetar diretamente os movimentos dos jogadores, aumentando o risco de lesões”, explica a médica.
Outro ponto levantado pela Dra. Ana Carolina é o fato de que os gramados sintéticos são mais abrasivos, o que pode causar lesões de pele nos jogadores. Isso pode parecer um problema menor, mas pode se tornar um grande incômodo e até mesmo comprometer a performance dos atletas.
Apesar de ser uma questão ainda em discussão, a Dra. Ana Carolina é categórica em afirmar que os campos sintéticos não são tão seguros quanto os naturais. “Acredito que o uso dos gramados sintéticos deve ser restrito a situações em que não há possibilidade de se ter um gramado natural, como em áreas urbanas com falta de espaço. Mas, sempre que possível, o natural é o mais indicado para a saúde e integridade dos jogadores”, afirma.
O estudo da UEFA também apontou que a maioria das lesões ligamentares em campos sintéticos acontece nos joelhos dos jogadores. Isso é preocupante, pois esse tipo de lesão pode ser grave e até mesmo afastar um atleta dos gramados por um longo período.
Além do risco de lesões, os gramados sintéticos também apresentam outros pontos negativos. Um deles é o desconforto térmico que eles proporcionam. Em dias mais quentes, a temperatura do gramado pode chegar a ser até 10 graus mais alta do que a do ambiente. Isso pode afetar o rendimento dos jogadores e até mesmo causar mal-estar.
Outro aspecto importante é a manutenção dos campos. Enquanto os gramados naturais exigem cuidados e investimentos regulares, os sintéticos têm uma vida útil limitada e precisam ser substituídos periodicamente, o que pode gerar altos custos para os clubes de futebol.
Apesar dos argumentos contrários ao uso de gramados sintéticos, é importante lembrar que eles também possuem suas vantagens. A principal delas é a possibilidade de uso em qualquer condição climática, sem que haja prejuízos para o campo. Além disso, eles são mais resistentes e podem suportar um maior número de jogos e treinos.
No entanto, diante dos riscos à saúde dos jogadores, é preciso avaliar se essas vantagens compensam os possíveis prejuízos. Para a Dra. Ana Carolina, a resposta é clara: “A saúde dos atletas deve ser sempre a prioridade. E, neste caso, os gramados naturais são a melhor opção”.
É importante ressaltar que a opinião da Dra. Ana Carolina não