O presidente do Banco Comercial Português (BCP), Miguel Maya, afirmou em declarações hoje que a possível compra do Novo Banco só seria viável caso trouxesse benefícios ao banco e que, no momento atual, ele não tem confiança de que isso possa acontecer, principalmente devido ao alto preço pedido pelo Novo Banco.
A questão da compra do Novo Banco tem sido motivo de discussões e especulações nos últimos tempos, especialmente após o fim do prazo de venda do banco em agosto deste ano. O Novo Banco, criado após a resolução do Banco Espírito Santo (BES) em 2014, tem sido alvo de tentativas de venda desde então, mas sem sucesso.
No entanto, o presidente do BCP deixou claro que essa operação só seria interessante se trouxesse valor e vantagens ao banco, o que não é o caso no momento. Maya explicou que, num primeiro momento, o BCP ficou interessado na aquisição do Novo Banco, mas que, após uma análise mais aprofundada, a situação mudou. Segundo ele, o preço pedido pelo Novo Banco é muito elevado e o BCP não tem certeza de que essa compra seria benéfica para a instituição.
“Não se faz uma operação desta magnitude apenas por uma questão de ego”, enfatizou Maya. “Precisamos de ter a certeza de que vamos criar valor para o banco e, principalmente, para os nossos acionistas e clientes. No momento, essa confiança não existe”, completou.
Além do preço pedido pelo Novo Banco, outra questão que preocupa o BCP é a incerteza em relação à qualidade dos ativos e dos processos internos do banco em questão. Maya afirmou que, mesmo que o preço fosse mais atrativo, seria necessário uma análise minuciosa para garantir que não haja riscos na aquisição.
O presidente do BCP também mencionou a importância de se manter a estabilidade do banco e não arriscar a sua posição no mercado. “O BCP tem tido um desempenho sólido e isso é fruto de uma gestão responsável e cautelosa. Não podemos colocar tudo isso em risco apenas para fazer uma aquisição”, destacou Maya.
Apesar de não haver planos concretos para a compra do Novo Banco no momento, Maya ressaltou que o BCP está sempre atento às oportunidades de negócio e que, caso surja uma proposta que traga vantagens reais e comprovadas, o banco pode voltar a considerar a compra.
No entanto, o presidente do BCP enfatizou que o foco principal do banco é o crescimento orgânico e a melhoria da sua posição no mercado. “Temos uma estratégia sólida e estamos focados em alcançar resultados cada vez melhores”, afirmou Maya.
Em suma, as declarações do presidente do BCP mostram que a instituição está comprometida em agir de forma responsável e cautelosa, priorizando sempre o interesse do banco e de seus clientes e acionistas. A possível compra do Novo Banco só será considerada caso traga benefícios e valor ao BCP, respeitando a sua estratégia de crescimento sustentável e a sua posição no mercado.