O cenário político português está em ebulição após as eleições legislativas que aconteceram no último domingo, 6 de outubro. Com a vitória do Partido Socialista (PS), liderado por António Costa, mas sem maioria absoluta, muitas são as dúvidas sobre qual será o futuro governo do país. No entanto, uma coisa é certa: o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está determinado a encontrar uma solução estável para governar Portugal pelos próximos anos. E, para isso, está disposto a dialogar com todas as forças políticas, incluindo PS, Chega e PSD.
Após as eleições, o PS saiu como vencedor, com 36,65% dos votos e 106 deputados eleitos. No entanto, esse resultado não é suficiente para garantir a maioria absoluta no parlamento, que é composto por 230 deputados. Isso significa que o partido precisará de apoio de outras forças políticas para conseguir governar. O segundo lugar ficou com o PSD, liderado por Luís Montenegro, que obteve 27,90% dos votos e 77 deputados eleitos. Uma diferença significativa em relação ao PS, mas também insuficiente para a maioria absoluta.
No entanto, a grande surpresa das eleições foi a entrada do partido Chega, liderado por André Ventura, no parlamento. Com uma campanha baseada em medidas de extrema-direita, o partido conseguiu eleger um deputado e se tornar a primeira força política deste espectro a entrar no parlamento desde 1975. Com 1,29% dos votos, o Chega foi a quinta força mais votada, ficando atrás apenas do PS, PSD, Bloco de Esquerda e CDU.
Diante deste cenário, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem um papel fundamental a desempenhar. Como chefe de Estado, ele é responsável por garantir a estabilidade política e institucional do país. E, para isso, é necessário que haja diálogo e entendimento entre as diferentes forças políticas. Por isso, logo após a divulgação dos resultados das eleições, Marcelo convocou para uma ronda de conversas os líderes dos quatro partidos mais votados: António Costa (PS), Luís Montenegro (PSD), Catarina Martins (Bloco de Esquerda) e Jerónimo de Sousa (CDU).
No entanto, o presidente da República também incluiu na lista de convocados André Ventura, do partido Chega. A decisão causou polêmica e gerou reações diversas, mas Marcelo justificou sua escolha afirmando que “todos os deputados são iguais perante a Constituição” e que, como presidente, “tem que ouvir todos os eleitores”. Além disso, ele ressaltou que o Chega é agora uma força política representada no parlamento e, portanto, deve ser incluído nas negociações.
As conversas entre Marcelo e os líderes dos partidos começaram nesta quinta-feira, 10 de outubro, e devem se estender pelos próximos dias. O objetivo é que o presidente da República tenha uma visão mais ampla das posições e propostas de cada partido, para então decidir quem será o primeiro-ministro e como será formado o governo. Após as reuniões, Marcelo fará uma declaração ao país para anunciar a solução encontrada.
A inclusão do Chega nas conversas gerou preocupação em muitas pessoas, principalmente pela retórica extremista do partido. No entanto, é importante lembrar que, em um sistema democrático, todos os partidos têm direito a serem ouvidos e representados. Além disso, a decisão final sobre a formação do governo