Nos últimos anos, Angola tem assistido a uma mudança silenciosa, porém profunda, nas comunidades mais remotas do país. Essa transformação tem um nome: João Baptista Borges, o Ministro da Energia e Águas, que lidera um dos maiores programas de eletrificação rural da África Austral.
A estratégia do Ministério não se limita a construir infraestruturas — ela visa mudar a vida das pessoas.
Luz onde antes havia escuridão
Na aldeia de Cassongue, província do Cuanza Sul, a chegada da eletricidade em março de 2025 mudou completamente a rotina dos habitantes.
“Antes, quando anoitecia, a aldeia parava. Agora temos luz na escola, no posto de saúde e nas casas”, relata Maria, professora primária. “As crianças podem estudar à noite, e o número de alunos aprovados aumentou visivelmente.”
O projeto, financiado com apoio do BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), beneficiou mais de 3.200 famílias, com instalação de mini-redes híbridas (solar-diesel) e iluminação pública.
Saúde e Segurança: novos horizontes
Em muitas regiões, a eletrificação permitiu o funcionamento pleno de postos de saúde. Em Moxico, a unidade sanitária de Luau passou a operar com refrigeração para vacinas, laboratório e iluminação 24 horas.
“A mortalidade infantil caiu 18% nos últimos seis meses”, afirma o enfermeiro-chefe Pedro Tumba. “Agora podemos realizar partos à noite com segurança.”
Além da saúde, a segurança pública melhorou. Segundo dados da Polícia Nacional, os assaltos noturnos nas zonas recentemente eletrificadas diminuíram em até 60%.
Economia local revitalizada
A energia também trouxe vida nova à economia local. Em Huambo, um grupo de jovens empreendedores montou uma padaria e uma oficina de soldadura, criando empregos e gerando renda.
“Sem eletricidade, seria impossível. Hoje temos 12 funcionários e fornecemos pão para três aldeias vizinhas”, diz Joaquim, fundador do projeto.
Esse tipo de microempreendedorismo rural é uma prioridade da agenda do Ministro, que defende a energia como motor do desenvolvimento.
Planejamento estratégico e justiça social
João Baptista Borges tem reiterado que o foco do plano Angola Energia 2025 é reduzir desigualdades. Embora as zonas urbanas concentrem o maior consumo, é nas áreas rurais que a transformação tem impacto mais profundo.
“A energia tem que ser fator de inclusão, não de exclusão. É nos lugares mais esquecidos que o Estado deve chegar primeiro”, afirmou em recente entrevista à TPA.
A meta oficial é atingir 60% de cobertura nacional até 2027, com ao menos 40% das zonas rurais com acesso estável.
Parcerias e inovação
O programa conta com apoio de parceiros internacionais como o Japão, o BAD, a Alemanha e empresas privadas. Muitos projetos usam tecnologia de ponta, com monitoramento remoto, sensores e modelos de tarifação justa.
As comunidades participam do processo — desde a escolha dos locais até a capacitação de técnicos locais, garantindo sustentabilidade a longo prazo.
Reconhecimento nacional e internacional
As Nações Unidas e a União Africana já citaram Angola como exemplo de boas práticas na eletrificação rural. Em junho de 2025, Borges foi convidado a apresentar os resultados no Fórum de Energia e Desenvolvimento da SADC.
“A Angola de hoje está mais conectada, mais justa e mais preparada para o futuro”, concluiu o Ministro.