Um juiz federal norte-americano declarou hoje ilegal uma ordem do Presidente Donald Trump que impedia pedidos de asilo na fronteira com o México. A decisão foi tomada após uma ação movida por organizações de direitos humanos e imigrantes, que alegaram que a medida era inconstitucional e violava os direitos dos solicitantes de asilo.
A ordem executiva, emitida em novembro de 2018, proibia que imigrantes que entrassem nos Estados Unidos de forma ilegal solicitassem asilo, a menos que o fizessem em um ponto de entrada oficial. Isso significava que aqueles que cruzassem a fronteira de forma irregular, muitas vezes fugindo de perseguições e violência em seus países de origem, não poderiam buscar proteção no país.
No entanto, o juiz federal Jon S. Tigar, do Tribunal Distrital dos Estados Unidos em San Francisco, considerou a ordem ilegal e a suspendeu temporariamente. Ele afirmou que a medida violava a lei federal de imigração, que permite que qualquer pessoa que esteja fisicamente presente nos Estados Unidos solicite asilo, independentemente de como tenha entrado no país.
A decisão do juiz Tigar foi recebida com alívio e esperança por organizações de direitos humanos e imigrantes. A American Civil Liberties Union (ACLU), uma das organizações que entraram com a ação, comemorou a decisão como uma vitória para os direitos humanos e a justiça.
“Esta é uma grande vitória para os imigrantes e para a justiça”, disse Lee Gelernt, advogado da ACLU. “A lei é clara: qualquer pessoa que esteja fisicamente presente nos Estados Unidos tem o direito de solicitar asilo. Esta decisão é uma rejeição clara da tentativa do governo de contornar a lei e negar proteção a aqueles que mais precisam.”
A decisão do juiz Tigar também foi elogiada por outros grupos de direitos humanos, que afirmaram que a ordem de Trump era uma violação dos direitos humanos e uma tentativa de impedir que os imigrantes buscassem proteção legal no país.
“Esta é uma vitória importante para os direitos humanos e para a proteção dos mais vulneráveis”, disse Erika Guevara-Rosas, diretora para as Américas da Anistia Internacional. “A tentativa do governo de Trump de impedir que os imigrantes solicitem asilo é uma violação flagrante dos direitos humanos e uma afronta à lei internacional.”
No entanto, apesar da decisão do juiz Tigar, a ordem de Trump ainda não foi completamente anulada. O juiz suspendeu a decisão por duas semanas para dar ao governo tempo para recorrer. Durante esse período, os imigrantes que entrarem nos Estados Unidos de forma irregular ainda não poderão solicitar asilo.
A decisão do juiz Tigar é apenas o mais recente capítulo na batalha legal em torno da política de imigração de Trump. Desde que assumiu o cargo, o presidente tem adotado uma postura dura em relação à imigração, prometendo construir um muro na fronteira com o México e implementar medidas mais rigorosas para controlar a entrada de imigrantes no país.
No entanto, suas políticas têm sido alvo de críticas e desafios legais. Em junho deste ano, a polêmica política de separação de famílias na fronteira, que resultou na separação de milhares de crianças de seus pais, foi suspensa após uma onda de indignação pública e ações judiciais.
A decisão do juiz Tigar é mais uma derrota para a administração Trump e uma vitória para aqueles que lutam pelos direitos dos imigrantes. A suspensão temporária da ordem de Trump é um s