As chefias militares norte-americanas expressaram hoje suas preocupações em relação à aprovação de uma lei orçamental provisória que mantém os gastos com Defesa praticamente sem alterações. Durante uma audiência no Senado, os líderes militares alertaram que essa medida pode ter um impacto significativo na prontidão e nos esforços de modernização das Forças Armadas dos Estados Unidos.
O Secretário de Defesa, Lloyd Austin, juntamente com os chefes de cada ramo militar, destacaram que a aprovação do projeto de lei de continuação de operações pode resultar em cortes nos investimentos em tecnologia e treinamento das tropas. “Sem um orçamento adequado e previsível, nossa capacidade de enfrentar os desafios atuais e futuros será seriamente prejudicada”, afirmou Austin.
A preocupação dos líderes militares é justificada pelo fato de que a lei de continuação de operações não permite novas iniciativas ou projetos de modernização, restringindo os gastos apenas à manutenção das operações existentes. Isso significa que não haverá recursos disponíveis para investimentos em tecnologia de ponta, como inteligência artificial e cibersegurança, que são fundamentais para a defesa dos Estados Unidos no século XXI.
Além disso, a falta de um orçamento adequado também pode afetar a formação e treinamento das tropas. O General Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto, alertou que cortes nas despesas com treinamento podem ter um impacto negativo na prontidão das tropas para combaterem em situações de conflito. “Nossas tropas precisam de recursos adequados para se manterem no mais alto nível de preparação, pois nunca sabemos quando seremos chamados a entrar em ação”, enfatizou Milley.
O momento em que a lei de continuação de operações está sendo debatida é particularmente crítico, já que o mundo enfrenta uma série de desafios de segurança, como a ameaça nuclear da Coreia do Norte, a presença de grupos terroristas como o Estado Islâmico e a crescente agressão da China em relação a Taiwan. Diante desse cenário, os chefes militares argumentam que é essencial que o orçamento de Defesa seja aprovado a tempo, garantindo que as Forças Armadas estejam preparadas para enfrentar qualquer ameaça.
O Senador James Inhofe, que preside o Comitê de Serviços Armados do Senado, afirmou que compreende a importância de um orçamento adequado para as Forças Armadas e que está trabalhando em colaboração com seus colegas para garantir que isso aconteça. “Temos o dever de fornecer aos nossos militares os recursos necessários para cumprir suas missões e proteger nosso país”, disse Inhofe.
Apesar das preocupações levantadas pelos líderes militares, há uma chance de que a lei de continuação de operações seja aprovada no Senado, já que alguns parlamentares argumentam que é necessário controlar os gastos do governo em meio à crise econômica causada pela pandemia. No entanto, os chefes militares afirmam que é possível manter um orçamento de Defesa responsável, sem prejudicar a prontidão e a modernização das Forças Armadas.
O General David Berger, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, ressaltou que, além de ameaças externas, o orçamento também afeta a qualidade de vida dos militares e suas famílias. “Não se trata apenas de armas e equipamentos, mas também das pessoas que servem e de seus entes queridos”, explicou Berger.
Em resumo, os líderes militares norte-americanos enfatizaram a importância de um orçamento adequado e previsível para garantir a prontidão