O debate entre Nuno Melo e Joana Mortágua, realizado no passado dia 12 de setembro, ficou marcado pelas diferenças ideológicas entre os dois candidatos. Enquanto o dirigente centrista defendeu as políticas da sua coligação, a Aliança Democrática (AD), a bloquista Joana Mortágua criticou fortemente as mesmas e destacou as propostas do seu partido, o Bloco de Esquerda (BE).
Um dos temas mais debatidos foi a saúde, uma área que tem sido alvo de críticas por parte de ambos os partidos. Nuno Melo defendeu que a AD tem um plano ambicioso para melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com medidas como a criação de um sistema de incentivos para médicos e enfermeiros e a aposta na prevenção e na promoção da saúde. Por sua vez, Joana Mortágua acusou o governo de cortar no orçamento da saúde e de não garantir o acesso universal e gratuito aos cuidados de saúde.
A imigração foi outro tema em destaque no debate, com Joana Mortágua a criticar a postura do PSD em relação a este assunto. A bloquista acusou o partido de se “venturizar”, referindo-se à aproximação do PSD ao partido de extrema-direita Chega. Por sua vez, Nuno Melo defendeu que a AD tem uma política de imigração responsável, que garante a integração dos imigrantes e respeita os direitos humanos.
No que diz respeito à habitação, os candidatos também apresentaram visões diferentes. Joana Mortágua destacou a proposta do BE de limitar os preços das rendas e de promover a construção de habitação pública. Já Nuno Melo afirmou que a AD tem um plano para incentivar a construção de habitação acessível, através de benefícios fiscais e parcerias com o setor privado.
Outro momento marcante do debate foi quando Nuno Melo garantiu que a AD só governará se ganhar as eleições. Esta afirmação gerou alguma polémica, uma vez que a coligação liderada pelo PSD tem vindo a cair nas sondagens e é pouco provável que consiga uma maioria absoluta. Por sua vez, Joana Mortágua repetiu as palavras do dirigente socialista Pedro Nuno Santos, afirmando que o BE está disponível para negociar com outros partidos de esquerda, caso seja necessário formar uma maioria parlamentar.
No final do debate, Joana Mortágua aplaudiu o “bom senso” de Paulo Portas, antigo líder do CDS-PP, em relação à imigração. Esta referência foi uma forma de elogiar a postura mais moderada do antigo político, que tem sido crítico em relação à aproximação do PSD ao Chega.
Em resumo, o debate entre Nuno Melo e Joana Mortágua ficou marcado pelas diferenças ideológicas entre os candidatos, que apresentaram propostas e visões distintas para os temas em discussão. No entanto, ambos os candidatos demonstraram respeito e educação durante o debate, o que é um exemplo positivo para a política portuguesa. Resta agora aos eleitores analisar as propostas de cada partido e decidir qual é a melhor opção para o futuro do país.