No último domingo, 6 de outubro, as eleições legislativas antecipadas foram realizadas em Portugal e trouxeram resultados surpreendentes para o círculo eleitoral de Lisboa. A Aliança Democrática (AD), formada pela coligação entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático Social-Partido Popular (CDS-PP), saiu vencedora, obtendo a maioria dos mandatos nesta região. Este resultado histórico demonstra a força e a união da direita em Lisboa, enquanto o Partido Socialista (PS) teve um dos seus piores desempenhos neste distrito.
Com uma campanha eleitoral intensa e marcada por debates acalorados, a AD conquistou a confiança dos eleitores lisboetas e conseguiu uma vitória expressiva. Juntos, PSD e CDS-PP obtiveram 43,9% dos votos, garantindo a eleição de 21 deputados para a Assembleia da República. Este resultado representa um aumento significativo em relação às últimas eleições legislativas em Lisboa, onde a AD havia obtido apenas 32,7% dos votos e 16 mandatos.
A vitória da AD em Lisboa é ainda mais significativa se comparada ao desempenho do PS, que obteve apenas 33,6% dos votos, elegendo 16 deputados. Esta é a primeira vez em 40 anos que os socialistas não conseguem a maioria dos mandatos no distrito de Lisboa. O partido enfrentou uma forte oposição, tanto da AD como de outras forças políticas, e acabou por ser penalizado nas urnas. No entanto, o líder do PS e atual primeiro-ministro, António Costa, afirmou que respeita a escolha dos eleitores e prometeu continuar trabalhando pelo bem do país.
A direita em Lisboa também teve motivos para comemorar com o desempenho do Chega, partido de extrema-direita que conquistou 1,3% dos votos e elegeu um deputado. Esta é a primeira vez que o Chega participa nas eleições legislativas e já consegue eleger um representante no círculo eleitoral de Lisboa. Por outro lado, o Bloco de Esquerda (BE) e a CDU (coligação entre o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista “Os Verdes”) tiveram uma queda no número de votos em Lisboa, elegendo apenas 2 e 3 deputados, respetivamente.
A vitória da AD em Lisboa reflete a tendência nacional, onde a coligação entre PSD e CDS-PP também saiu vencedora com 38,6% dos votos e elegeu 99 deputados para a Assembleia da República. Esta será a terceira vez que a AD governará o país desde a Revolução dos Cravos em 1974, sendo a primeira desde 2015, quando deixou o poder para uma aliança de esquerda.
A expectativa dos eleitores em relação ao governo da AD é alta, principalmente em relação à economia e ao emprego. A coligação prometeu implementar medidas para estimular o crescimento económico e criar mais empregos, além de reduzir os impostos para as famílias e empresas. O líder do PSD e potencial primeiro-ministro, Rui Rio, afirmou que o governo da AD será “moderado, responsável e ao serviço dos portugueses”.
Apesar da vitória da AD em Lisboa, a união entre PSD e CDS-PP não é vista com bons olhos por todos. Alguns críticos afirmam que esta coligação é apenas uma forma de manter o poder nas mãos da direita, enquanto outros acreditam que a AD pode trazer uma mudança positiva para o país