O Bloco de Esquerda, partido político português fundado em 1999, teve o pior resultado da sua história nas últimas eleições legislativas, realizadas em outubro de 2019. Com apenas 5,8% dos votos, o partido perdeu dois deputados e ficou com um total de 19 assentos na Assembleia da República. No entanto, apesar deste revés eleitoral, a direção do partido não parece estar disposta a retirar quaisquer consequências sobre a avaliação errada da realidade e da orientação política seguida, nem sobre o seu papel na liderança do Bloco de Esquerda.
Este resultado eleitoral é sem dúvida um momento de reflexão para o Bloco de Esquerda. O partido, que se apresenta como uma força política de esquerda, progressista e defensora dos direitos humanos e das minorias, viu-se ultrapassado pelo Partido Socialista, que conquistou a maioria absoluta nas eleições. Além disso, o Bloco de Esquerda também perdeu votos para o Partido Comunista Português e para o PAN, que conseguiram aumentar a sua representação parlamentar.
No entanto, em vez de analisar os possíveis erros cometidos e de refletir sobre a sua estratégia política, a direção do Bloco de Esquerda parece estar mais preocupada em apontar o dedo a outros partidos e a justificar o seu mau desempenho. Em vez de assumir a responsabilidade pelo resultado eleitoral, a direção do partido preferiu culpar o Partido Socialista por ter realizado uma campanha eleitoral “suja” e por ter “roubado” votos ao Bloco de Esquerda.
Esta atitude é preocupante e revela uma falta de autocrítica por parte da direção do Bloco de Esquerda. Um partido político deve ser capaz de reconhecer os seus erros e de aprender com eles, de forma a evoluir e a ser mais eficaz na defesa dos seus ideais e na conquista de votos. No entanto, a direção do Bloco de Esquerda parece estar mais preocupada em manter a sua posição de poder dentro do partido do que em refletir sobre o seu desempenho.
Além disso, a falta de consequências após o pior resultado da história do Bloco de Esquerda também é preocupante. A direção do partido não parece estar disposta a fazer qualquer mudança na sua orientação política ou na sua liderança, mesmo após um resultado tão desastroso. Esta atitude demonstra uma falta de humildade e de abertura para a mudança, o que pode prejudicar ainda mais o partido no futuro.
É importante lembrar que o Bloco de Esquerda tem um papel fundamental na política portuguesa. Desde a sua fundação, o partido tem sido uma voz ativa na defesa dos direitos dos trabalhadores, dos direitos LGBT+ e dos direitos das minorias. No entanto, é necessário que o Bloco de Esquerda seja capaz de se adaptar às mudanças sociais e políticas e de apresentar propostas concretas e realistas para resolver os problemas do país. E isso só será possível se houver uma liderança forte e uma estratégia política clara e coesa.
É preciso que a direção do Bloco de Esquerda perceba que a política é feita de ciclos e que, por vezes, é necessário fazer uma pausa e reavaliar as estratégias. Não é vergonhoso admitir que se cometeu erros e que é preciso mudar de rumo. Pelo contrário, é uma atitude corajosa e necessária para garantir o futuro do partido.
Por isso, é hora de a direção do Bloco de Esquerda assumir a responsabilidade pelo pior resultado da história do partido e de trabalhar para cor