Recentemente, uma declaração polêmica de uma ex-assessora da ministra Maria do Rosário Palma Ramalho gerou indignação e debate nas redes sociais. Em um comentário postado em uma rede social, a ex-assessora afirmou que “nenhuma mulher normal amamenta um filho depois dos 2 anos” e ainda sugeriu a existência de “fraudes” envolvendo a amamentação prolongada.
A declaração causou revolta entre as mães que amamentam ou já amamentaram por mais tempo do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é até os dois anos de idade. Além disso, a afirmação também gerou críticas pela forma pejorativa e preconceituosa com que foi expressa.
É importante ressaltar que, de acordo com a OMS, a amamentação pode ser mantida até os 2 anos ou mais, desde que mãe e filho estejam confortáveis com isso. A amamentação prolongada traz uma série de benefícios tanto para a criança, como para a mãe. Estudos comprovam que o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e o prolongado até os 2 anos ou mais reduzem o risco de doenças como obesidade, diabetes, alergias e até mesmo alguns tipos de câncer.
Além disso, a amamentação também fortalece o vínculo entre mãe e filho, proporcionando um momento de amor e conexão entre os dois. É um ato de amor que vai além da nutrição, é um ato de cuidado e afeto.
Falar em “fraudes” quando se trata de amamentação prolongada é um absurdo. Não existe nada de fraudulento em uma mãe que escolhe ou necessita amamentar seu filho por mais tempo do que o recomendado. Cada mãe e cada criança têm suas particularidades e necessidades, e somente elas podem decidir qual é o melhor momento para encerrar esse vínculo.
Além disso, é importante destacar que a amamentação não se resume apenas ao ato de fornecer leite materno para a criança. É um processo complexo que envolve o desenvolvimento do bebê, o contato físico, o estabelecimento de uma rotina de alimentação e a promoção de uma série de benefícios tanto para mãe quanto para o filho.
Ao invés de julgar e estigmatizar a amamentação prolongada, é preciso incentivar e apoiar as mães que optam por esse caminho. Respeitar a escolha de cada mãe é fundamental para garantir uma maternidade saudável e livre de julgamentos.
É importante também refletir sobre as razões pelas quais algumas mulheres não conseguem amamentar ou optam por interromper a amamentação antes dos 2 anos. Obviamente, existem casos em que a amamentação não é possível, seja por questões de saúde ou por decisão da própria mãe. Porém, é preciso lembrar que vivemos em uma sociedade que ainda não oferece o apoio e a estrutura necessários para que as mulheres possam conciliar a maternidade com outras esferas da vida, como o trabalho.
Muitas mães acabam interrompendo a amamentação precocemente por falta de licença maternidade estendida, ausência de espaços adequados para amamentar e armazenar o leite materno no ambiente de trabalho, ou até mesmo por pressões sociais para que voltem a se dedicar exclusivamente à carreira. Dessa forma, é importante não apenas incentivar a amamentação prolongada, como também lutar por políticas públicas que garantam a estrutura e apoio necessário às mães que desejam prolongar o aleitamento materno.
A declaração da ex-assessora da ministra Maria do Rosário Palma Ramalho não reflete a realidade de milhares de mulheres que, mesmo diante de dificuldades,