Berlim, Londres e Paris, três das principais potências europeias, estão unidas em sua determinação de encontrar uma solução negociada para o programa nuclear iraniano. No entanto, se até o final de agosto não houver progresso nas negociações, essas cidades afirmam estar prontas para ativar o mecanismo de imposição de sanções contra o Irã.
Essa decisão foi tomada após a recente escalada de tensões entre o Irã e os Estados Unidos, que culminou no ataque aéreo americano que matou o general iraniano Qasem Soleimani em janeiro deste ano. Desde então, o Irã tem aumentado suas atividades nucleares, desafiando o acordo nuclear de 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018.
O acordo nuclear, também conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), foi assinado entre o Irã e as potências mundiais, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia, a China, a Rússia, a França, o Reino Unido e a Alemanha. O objetivo do acordo era limitar o programa nuclear iraniano em troca do alívio das sanções econômicas impostas ao país.
No entanto, com a retirada dos Estados Unidos do acordo e a imposição de novas sanções econômicas ao Irã, o país tem enfrentado dificuldades econômicas e tem buscado formas de contornar as restrições impostas. Isso inclui o aumento da produção de urânio enriquecido, que pode ser usado tanto para fins civis quanto militares.
Diante dessa situação, Berlim, Londres e Paris têm trabalhado em conjunto para encontrar uma solução diplomática para o impasse. Em uma declaração conjunta, os líderes dessas cidades afirmaram que “o JCPOA é um elemento fundamental da arquitetura de não proliferação nuclear global e é crucial para a segurança da região e do mundo”.
No entanto, eles também enfatizaram que o Irã deve cumprir suas obrigações sob o acordo e que “qualquer violação do JCPOA é inaceitável”. Além disso, eles expressaram preocupação com as atividades nucleares do Irã e pediram ao país que volte a cumprir plenamente suas obrigações sob o acordo.
Caso o Irã não cumpra suas obrigações até o final de agosto, as três cidades afirmam estar prontas para ativar o mecanismo de imposição de sanções previsto no acordo. Esse mecanismo permite que qualquer uma das partes do acordo notifique o Conselho de Segurança da ONU sobre uma violação do JCPOA, o que pode resultar na reimposição das sanções econômicas contra o Irã.
No entanto, as três cidades também enfatizaram que seu objetivo é encontrar uma solução negociada e que estão dispostas a trabalhar com todas as partes envolvidas para alcançar esse objetivo. Eles também pediram ao Irã que retorne à plena conformidade com o JCPOA e que se abstenha de qualquer ação que possa minar o acordo.
Além disso, Berlim, Londres e Paris também destacaram a importância de manter o diálogo com os Estados Unidos, apesar das diferenças de opinião sobre o JCPOA. Eles afirmaram que “é essencial que todas as partes continuem a se envolver construtivamente para preservar o acordo e garantir sua implementação plena e efetiva”.
Essa declaração conjunta das três cidades europeias é um sinal claro de sua determinação em encontrar uma solução diplomática para a crise nuclear com o Irã. Ao mesmo tempo, também mostra sua preocupação com as atividades nucleares do país e sua disposição em tomar medidas caso o Irã não cumpra suas obrigações sob o